segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ginástica ou Dança?

Olá pessoal!
 Há muito, muito tempo que não apareço por aqui. Mas tem uma coisa que vem me incomodando e eu preciso compartilhar. É sobre esse contorcionismo na dança.
No ballet clássico hoje se estabeleceu que para ser uma boa bailarina, seu développé deve ser no mínimo a 180º, fazer os 32 fouettés, ser magra e assim por diante. Então, quando vemos uma bailarina que foge do perfil torcemos o nariz pra ela. Não bastasse isso, as coreografias estão cada vez mais valorizando essas qualidades e deixando de lado outros elementos tão importantes como a expressão por exemplo.
Que isso acontece no ballet clássico eu já sabia, embora não goste, mas não é novidade nenhuma e todo mundo critica isso.
 O que me preocupa é que isso tem atingido outros estilos, cada vez mais tenho visto, por exemplo, na dança de salão pernas altas, passos "posados" em que parece que a coreografia foi criada para ser fotografada e não para ser dançada, porque de dança mesmo há pouco. Não posso falar da técnica da dança de salão porque desconheço, mas o que tenho visto são coreografias que supervalorizam as pegadas porque o grau de dificuldade é alto, tenho a nítida impressão que o cavalheiro está ali para sustentar a dama e nada mais, em raros momentos vejo a dança realmente. Repito: não conheço a técnica da dança de salão, portanto não posso falar sobre isso.
Dei o exemplo da dança da salão, mas também está acontecendo em outros estilos, como na dança contemporânea, moderna, hip-hop. Ontem eu fui assistir a abertura da Bienal de Dança onde vários grupos de vários estilos participaram, e confesso me sinto mal em criticar, mas eu percebi a influência desse modismo contorcionista em algumas apresentações de estilos diferentes do ballet clássico. Aliás, aqui vai uma crítica: não teve uma apresentação de ballet na abertura da bienal, nem uma mísera variação, a contribuição do clássico foi uma televisão em que estavam passando O Corsário. E mais nada! Mas isso é assunto para outro post.
Voltando ao assunto, essa supervalorização do contorcionismo vem me incomodando há algum tempo. Quer ver isso claramente? Assista a qualquer vídeo So You Think You Can Dance após as audições, ou até mesmo antes. Não vou dizer que não gosto do programa, eu assisto porque gosto de observar as coreografias, mas se tem uma coisa que me incomoda é que elas parecem ser feitas não para dança, mas para uma competição de ginástica.
Os bailarinos agora são atletas, ginastas. Não que essa parte física não seja importante, ao contrário é essencial, mas e a arte? Será que estamos fazendo arte ou treinando para as olimpíadas?


segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Coreografia da Temporada

O que fazer quando uma pequena coreografia vira um filme de romance na sua cabeça?

Pois é, acontece comigo toda vez que eu assisto essa coreografia. Trata-se da história de dois melhores amigos que se apaixonam.



Foi apresentada por Melanie Moore e Marko Germar, na oitava temporada do programa So You Think You Can Dance, coreografada por Tabitha e Napoleon Dumo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Até logo!

Não, eu não morri. Apenas não estive inspirada para escrever posts. Eu sei que meu dever como blogueira é manter o blog atualizado e que eu não tenho cumprido com esse dever. Então, a muito tempo uma idéia anda percorrendo a minha mente: encerrar o blog. 

Este blog perdeu sua razão de existir. Calma, não, eu não vou desistir do ballet só não tenho mais vontade de comentar sobre esse assunto sempre. Também não tenho mais vontade de pesquisar sobre dança de um modo geral para postar aqui. O que não quer dizer que eu não pesquisar sobre o assunto, apenas perdi a vontade de compartilhar.

Pode parecer meio egoísta da minha parte, mas eu tenho algumas outras prioridades no momento que dificultam a atualização do blog e que são os principais motivos da falta de vontade e inspiração para manter o blog sempre atualizado.

Contudo, entretanto, todavia não quero tomar nenhuma decisão drástica e portanto o blog vai continuar no ar  porque tem alguns posts que realmente valem a pena serem lidos e também porque posso querer compartilhar algo importante de vez em quando.

Então isso não é um adeus, mas um até logo. 

Para não deixar esse post tão triste  vou contar algumas novidades, a primeira é que tive uma apresentação dia 1º de Maio, no Shopping Palladium, um coreografia livre com o nome de "Trem", e uma linda música do Vila Lobos.  Vou deixar o vídeo falar por si mesmo.

Outra novidade, é que agora faço parte de um grupo oficial com ensaios uma vez por semana e com vários projetos para apresentações. No momento estamos ensaiando uma coreografia de ballet clássico, mas com características espanholas. E o meu tormento é abrir e fechar o leque durante a coreografia, mas está no começo ainda. Tudo tende a melhorar.

É isso pessoal!

Até logo!

PS: Retirei o vídeo a pedidos.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Retorno

Após as férias forçadas de balé eu finalmente voltei às aulas. Meu pé vai bem, faltam as sessões de fisioterapia, mas estou liberada para dançar que é o que importa.
Nesse período que eu fiquei sem fazer aula eu aparecia de vez em quando na escola para simplesmente observar. Uma vez, incentivada pela minha professora, cheguei a levar um caderno para anotar as sequências.  A experiência foi ótima, pude perceber nas minhas colegas de turma erros comuns, coisas que eu também faço.
Observar as outras meninas durante a aula me levou a aprender com o erro delas, quando a professora as corrigia eu prestava atenção para quando voltasse não cometer aquele erro.
É interessante também perceber as expressões, dava pra perceber quem estava se sentindo frustrada por ter errado, ou aquele sorriso de “eu venci” quando acertava uma sequencia difícil, quem errava a sequencia, mas continuava como se as outras estivessem erradas. Nunca pensei que pudesse aprender tanto apenas observando uma aula.
Quando voltei no último sábado não foi tão bom quanto eu gostaria, mas também não foi tão ruim como eu esperava. Tive que pegar leve em alguns exercícios, principalmente nos saltos, e a cabeça se desacostumou com o ritmo mais acelerado que estava acostumada, mas logo pego o jeito outra vez.
Sexta tem aula na turma do básico, aí sim vou ter minha prova de fogo. 

domingo, 9 de janeiro de 2011

Dança na TV

Esse ano começou com mais uma novidade, estreou semana passada o reality show  "Se Ela Dança Eu Danço". Essa é a versão abrasileirada de "So You Think You Can Dance". Dá para perceber pela vinheta, pelo estilo do programa, o modo como os jurados agem. Porém, tem algumas alterações da versão original.

Nesse programa, que é exibido pelo SBT, para participar precisa passar por uma pré-seleção. Ao se inscrever para participar do programa você envia um vídeo e se for aprovado você se apresenta perante os jurados. Pode  se inscrever em qualquer modalidade de dança, e também solo, duos,  ou grupos.

Eu, na minha singela opinião, acredito que seria muito mais divertido e muito mais legal se as audições não tivessem essa pré-seleção, se a primeira seleção fosse perante os jurados como acontece em "Ídolos", e na versão original do programa. Pode ser implicância minha, mas acho que seria mais divertido as apresentações fossem limitadas aos duos. 

Quanto as apresentações do primeiro episódio, a que eu mais gostei foi a de jazz lyrical de Rafael Santos e Geise  Schmitz. 



Para quem tem tv por assinatura, uma ótima opção são os programas do SESCTV. Esse canal tem dois programas voltados a dança STV na Dança e Dança Contemporânea, que passam espetáculos de companhias brasileiras que estão em cartaz, com entrevistas bastidores. Eu simplesmente adorei quando descobri esses programas.

Para ver a programação do SESCTV clique aqui.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O balé, o plágio e a lei

Infelizmente meu primeiro post do ano será sobre um assunto desagradável: plágio. Considerei necessário escrever sobre plágio porque soube que várias blogueiras bailarinas tiveram seus textos copiados, em todo ou em parte, ou parafraseados sem a menção da fonte. Para alertar e também orientar decidi escrever sobre o assunto abordando os aspectos legais.

Em primeiro lugar devo dizer que plágio é ilegal, a Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/1998) trata do tema, e cabe ação civil para que o conteúdo publicado seja retirado, bem como ação indenizatória. Não me aprofundei nessa lei, mas posso fazer se alguém quiser tirar alguma dúvida.
O artigo 7º da lei diz:

“São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:
        I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;
        II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza;
        III - as obras dramáticas e dramático-musicais;
        IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra qualquer forma;
        V - as composições musicais, tenham ou não letra; (...)”


Coloquei apenas alguns incisos que considerei relacionados com o assunto, mas a lista é bem maior.  O que esse artigo está dizendo é que aquilo que sua imaginação criar e você realizar mesmo que não se possa tocar, pegar, como a melodia de uma música ninguém pode reproduzir sem a sua autorização.
Também acho importante dizer que a lei coloca limitações nos direitos do autor.


 Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:
        I - a reprodução:
a)     na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos;”(grifei)

Creio que este artigo é bem claro dizendo que você não está plagiando quando cita a fonte e a autoria.

Porém, a proteção legal não pára por aí, o Código Penal também regula a violação dos direitos autorais no artigo 184, que diz:
“Violar direitos do autor e os que lhe são conexos:
Pena – Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.”
Por ser um crime de menor potencial ofensivo, ou seja, com pena máxima inferior a dois anos, a violação do direito de autor é processado e julgado pelo Juizado Especial Criminal. Entretanto, é um crime de ação penal privada, ou seja, a vítima, no caso o autor, é quem tem que mover a ação e não o representante do Ministério Público (Promotor de Justiça).
 O que fazer se for plagiado?
A maior dificuldade de comprovar qualquer coisa que esteja em meio eletrônico é que o conteúdo pode ser retirado do ar a qualquer hora, deixando a vítima sem provas do que ocorreu.  Então o que você deve fazer é o seguinte: se encaminhar a um cartório e pedir ao cartorário para fazer uma ata notarial de documento eletrônico.  O cartorário deve acessar a página e certificar dizendo que em tal data acessou o sítio e encontrou aquele conteúdo. Esse documento equivale a uma cópia autenticada. A simples impressão não vale como prova porque é apenas uma cópia do original que está em meio eletrônico. Não sei como funciona nos outros estados, mas ouvi um relato de um advogado mais experiente que escritórios de São Paulo estariam pedindo aos cartórios de Curitiba  esses documentos, pois não existe um cartório que faça isso lá. Com certeza ao levar o caso a um advogado ele se preocuparia com esses detalhes por você.


É importante fazer a ata notarial tanto do texto original quanto do plágio.
O autor plagiado pode entrar na justiça pedindo que o conteúdo seja retirado do ar e também uma indenização pelo uso indevido da sua obra. E se for de sua vontade pode também ingressar com uma ação criminal. Eu aconselho a entrar com ambas as ações.
Quem optar pela ação criminal deve ficar atento, pois por ser uma ação privada tem suas peculiaridades. Certifique-se de que na procuração, que confere poderes ao advogado para propor a ação, se há a narrativa do que aconteceu, é requisito indispensável e se tiver apenas a citação do artigo não assine, peça para que acrescente a narração dos fatos e para que você assine a própria petição, assim não há risco do processo ser arquivado sem julgamento.
Um detalhe bem importante é que para ingressar com a ação criminal existe prazo de 6 meses a contar do conhecimento da autoria, ou seja, começa a correr quando você descobre quem é o autor do crime. Depois desse prazo se perde o direito de ingressar com a ação criminal. No caso do plágio que aconteceu com as amigas blogueiras o prazo começa a partir da data que se tomou conhecimento do plágio, já que sabem quem é a autora do plágio ainda que não tenha todas as informações sobre ela.
Caso algum texto ou outra criação sua foi plagiada consulte um advogado para tomar as providências cabíveis.  
A minha opinião sobre o assunto é a seguinte: sabe qual a diferença de plágio e roubo? A pena. Para mim a maior diferença entre os crimes é a pena, pois crime é crime.
Para quem quiser ler na integra a Lei de Direitos Autorais clique aqui.
As bailarinas se uniram para acabar com o plágio e estão colocando a boca no trombone, para ler os textos clique no nome do blog.
Quero dizer as minhas amigas bailarinas plagiadas que podem contar comigo se precisarem de alguma ajuda a respeito do assunto. 
Qualquer dúvida é só mandar um email, espero voltar no próximo post com boas notícias.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano Novo

Último post do ano, quase aos 45 do segundo tempo, pra dizer que 2010 foi um bom ano fiz dois cursos que realmente acrescentaram muito pra mim, tive a oportunidade de ter aulas teóricas de história da dança e teorias do movimento.

Além, das amizades que fiz através do blog, fico muito contente mesmo por esse ano que passou. E pra encerrar o ano ganhei uma lesão, como tenho mais sorte que juízo é coisa pouca. Eu caí da escada pela segunda vez em 20 dias, e torci o mesmo pé e ganhei um ligamento esgarçado. Porém, tenho certeza que isso não vai me impedir de começar 2011 com a corda toda, desde que eu me cuide, é claro.

Para o próximo ano tenho vários planos, não farei mais moderno porque meus horários não me permitem, mas investirei em outras áreas. Quem sabe eu finalmente volte a fazer jazz?  Pode ser que não atualize o blog com frequência, mas tentarei contar sobre tudo relacionado a dança mesmo com atraso.

Agradeço a todas bailarinas que leem e seguem meu blog pelos comentários e pela participação. Desejo a todas um feliz ano novo, repleto de sonhos, realizações e muita dança!

Até 2011!